“A taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 0,18 pontos percentuais [face a dezembro], fixando-se em 3,81% em janeiro de 2024. Foi o terceiro mês consecutivo em que se registou uma diminuição desta taxa”, destaca o BdP na nota estatística divulgada esta segunda-feira, dia 4 de março. Há dois fatores que ajudam a explicar este novo recuo da taxa de juro média nos novos créditos habitação em Portugal:
- as taxas mistas oferecidas pela banca estão mais baixas, antecipando queda da Euribor (sobretudo, com juros fixos a curto prazo) e continuam a representar 71% dos novos créditos habitação própria e permanente em janeiro;
- as taxas variáveis representaram 25% dos novos empréstimos da casa e apresentam juros ligeiramente mais baixos. Isto porque a Euribor voltou a descer em janeiro dada a manutenção dos juros do Banco Central Europeu (BCE) e as expectativas dos mercados financeiros para os primeiros cortes dos juros mais cedo do que o previsto (antes do verão) – no entanto, em fevereiro a Euribor oscilou, tendo aumentado nos prazos mais longos, perante o adiamento das previsões do mercado para os cortes dos juros do BCE.
Esta diminuição do montante concedido em novo créditos habitação pode estar relacionada com a instabilidade política, económica e social instalada com as eleições legislativas 2024 que se vão realizar no próximo domingo, dia 10 de março. Além de os portugueses quererem esperar para ver qual o vai ser o rumo político do país, também continuam a ter o seu poder de compra pressionado, a ver os preços das casas a subir e os juros dos empréstimos da casa em níveis elevados.
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