Para mim doí muito escrever esta afirmação, mas realmente contra factos não há argumentos.
O mercado subiu muito em valor e transações, e consequentemente em número de agências e agentes, sem regulamentação, nem qualquer tipo de barreira à entrada para quem queira ser agente imobiliário.
Estando Portugal fortemente influenciado pelas marcas Norte-Americanas com modelos colaborativos e baseados em número de profissionais, a qualidade de serviço começa a ficar cada vez mais comprometida.
Um dos muitos sinais claro desta situação é a quota de mercado que a mediação imobiliária detém face às transações efetuadas sem mediação: Segundo dados obtidos pelo IMPIC e INE, estima-se que a mediação detém apenas 50% de quota e quando comparamos com mercados mais maduros e profissionais, esta quota atinge os 90%, infelizmente em Portugal estamos definitivamente longe e cada vez mais longe destes registos e isto significa apenas uma coisa: a mediação não está a conseguir passar a perceção de valor suficiente da sua oferta de serviço.
Quando se fala deste tema, a palavra competência é imediatamente citada, e como refere Conceição Gonçalves, a competência tem 3 ingredientes:
- Conhecimento
- Habilidade
- Atitude.
Em relação ao conhecimento e habilidade, talvez aqui exista por parte dos formadores, mentores e coaches uma responsabilidade enorme no desenvolvimento dos profissionais. Quando falo em formadores, mentores e coaches, muitos ou talvez a maioria são os próprios donos do negócio, ou fazem parte da empresa como estrutura de apoio e na minha opinião, sempre que possível, é assim que deverá ser, pois conseguem claramente passar a visão, o sistema operacional e cultura da empresa que os diferem de empresa para empresa. Formadores, sejam internos ou externos, a primeira coisa que estes profissionais devem possuir é a capacidade de dar formação, não basta apenas os anos de experiência na área, que pode ou não dar-lhes algum conhecimento dependendo do tipo de experiência que tiveram, é sim necessário formação e capacidade de comunicação que se adquire e desenvolve com cursos certificados e horas de treino, o CAP (certificação aptidão profissional) é sempre bem vindo e deveria ser obrigatório. Tendo em conta isto, já existem as condições certas para elaboração de um programa de formação que deve obedecer à cultura da empresa (visão, missão e valores) e claro ao seu sistema operacional.
Agora é o momento da realização da formação, a qual deveria ser avaliada e medida não apenas pelos resultados quantitativos, como e principalmente, pelos qualitativos. Os primeiros poderão ser importantes no curto prazo, mas são os qualitativos que vão de facto formar o profissional e isso só se vai verificar no médio e longo prazo, quando podemos de facto dizer que esse profissional, foi bem formado. Em relação ao conteúdo da formação, assiste-se hoje e devido a esta nova vaga de partilha de experiências por não formadores à transmissão de técnicas por vezes pouco adaptadas, cuidadas e baseadas em outras realidades.
Deveria existir uma base comum em todas as formações da área da mediação para orientar profissionais nas 3 vertentes basilares da atividade:
- Formação jurídica
- Formação ética
- Formação sobre o mercado imobiliário.
Se seguirmos estes princípios podemos afirmar que temos um bom plano de formação, mas talvez ainda não, falta a aplicabilidade direta com o cliente que não deverá ser feita de forma abrupta e principalmente não acompanhada, é aqui que entra o mentor ou coach que acompanha a viagem formativa do novo profissional no terreno e não só, dá o exemplo como observa a pessoa, dando-lhe um precioso feedback positivo daquilo que está a fazer com um único intuito, o da melhoria contínua.
Formação para profissionais do imobiliário SIM, mas com cabeça, tronco e membros…
Fonte: https://massimoforte.com/blog/formacao-para-profissionais-do-imobiliario-sim-mas-com-cabeca-tronco-e-membros/
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